Ela era apenas uma menina e tinha milhares de expectativas em relação ao mundo. Ouviu dizer que era tudo que alguém sempre quis e desde então aprendeu a acreditar em ilusões. E quase se desiludiu...
Quase acreditou que sonhos eram bobagens, mas todas as vezes que ela fechava os olhos viajava em suas abstrações.
Quase se deixou levar pela opinião alheia e quase acreditou que não seria capaz...
Quase as duvidas roubaram suas certezas. Procurou respostas com mestres, magos, sábios e anjos até o dia que desistiu de procurar e olhou pra dentro de si, então se percebeu exatamente igual, mesmo sendo tão diferente. A vida naturalmente foi ficando mais pesada e ela mais leve. Dizia suas verdades brincando e isso era o bastante para colorir sua vida.
Deitada sobre um céu cinzento ela só esperava, assim como tantos outros, encontrar aquele alguém que te abre o guarda chuva em dias tempestuosos. Lembrava das noites que passou fantasiando a vida que quase teve. O carro que quase comprou. A casa que quase morou. Os filhos que quase teve. As flores no altar, a chuva de arroz, a lua de mel... Ela quase foi o par perfeito de alguém, mas de alguma forma ela não acha normal os pássaros que se acostumam com a vida na gaiola e desligou seu coração...
O tempo não desfez algumas marcas e por isso ela insiste em carregar suas cicatrizes como uma forma de lembrar por onde passou. Hoje ela só pede que não mergulhem em seu mar de palavras, pois é possível se afogar em suas loucuras onde seu tormento é inspiração e sua alegria é transpiração e seu amor unilateral é vivido intensamente... ela quase se perde em meio as mil versões de si mesma...
Hoje está distante em tempo e em metros, daquilo que desejou pra si. Já cobiçou o desconhecido até o encontrar e tornar-se comum. Então passou a desejar algo mais que ainda não sabe o nome... e mesmo sendo amargos, também colhe os frutos dos próprios erros...
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