Já é tarde, todas as luzes já se pagaram. Eu deixei a porta aberta esperando a hora certa de você voltar, mas esta hora nunca chegou. Agora estou aqui sentado num canto vazio ouvindo ecoar das paredes deste quarto nossas lembranças, escutando a chuva cair no telhado numa noite solitária que você nunca vai saber.
De vazio eu entendo...
Eu cresci e mudei e muitas vezes me esqueci de seguir seus passos e quando chegou a hora de dizer adeus eu não soube o que dizer. Quando dei por mim já não conseguia segurar o choro, já não sabia disfarçar a dor que era tão óbvia e assim notei que ainda precisava do teu colo. Ah, como eu queria ouvir tua voz só mais uma vez. Como eu queria sentir teu abraço que seria meu afago em meio as angustia da minha vida de gente crescida... Mas agora, cada célula parece carregar um pouco de dor, cada foto traz um pouco aquela amargura que o tempo não cura, aquela saudade desmedida que ultrapassa o entendimento das palavras
Confesso que na maioria das vezes eu finjo ser forte... ainda estou tentando achar meu rumo. Agora estou reaprendendo a ser sem ter você. Com o transcorrer das horas minha dor se converterá em saudade, mas nunca será menor, eu sei que não!
Lembro das vezes que te ouvi dizer “você é a melhor parte de mim”. Mas hoje percebo que eu sempre quis ser melhor por me inspirar em você. Não encontro alívio. Não há nada que possa arrancar essa aflição que estraçalha o peito.
Acreditava que teríamos a vida inteira para realizar nossos sonhos, mas hoje percebo que minha certeza é tão vazia e o que me trouxe até aqui, se medo ou coragem eu não sei, mas tudo entre as estações são mudanças. É o ciclo que não estaciona. E hoje em dia a chuva é mais constante em meus dias de solidão...
Agora com sua ausência doendo em mim sinto que deveria ter feito algo a mais, ter dito algo a mais... mas a vida sempre continua, mesmo que eu não saiba como prosseguir
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